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19.6.12

Saiba mais sobre Refluxo

Postado por Autora Paula R. Cardoso Bruno |

Sabe aquela queimação que sentimos às vezes na garganta ou azia? Esse incômodo pode ser chamado de Refluxo Gastroesofágico, que nada mais é que a volta do alimento, sólido ou líquido, do estômago para o esôfago.
Acontece que isso não é apenas um problema de adultos. Os bebês e as crianças também sofrem com vômitos e regurgitações principalmente após as mamadas e refeições. O esôfago é um tubo muscular que conduz os alimentos da boca ao estômago. Na sua parte inferior existe um esfíncter que se abre para a passagem do alimento e se fecha para que o alimento não volte. Quando o esfíncter é fraco ou imaturo, ele não segura o alimento no estômago, que acaba voltando para o esôfago na forma de regurgitação ou vômito. Agora já estamos mais por dentro do assunto.
Todas as pessoas já devem ter apresentado em algum momento da vida a volta do alimento do estômago em direção à boca sem que isso acarretasse em algum problema. Quando a freqüência, quantidade e duração são exageradas, o refluxo é considerado uma doença.
A grande maioria dos bebês apresenta refluxo gastroesofágico por causa da imaturidade do esfíncter esofagiano. É chamado de refluxo fisiológico, isto é, que faz parte do desenvolvimento infantil.
Vamos a algumas dúvidas que as mães normalmente tem em relação ao Refluxo.

É normal meu filho regurgitar? 

Depende. O bebê pode regurgitar ou golfar um pouco de leite depois de mamar ou até acabar vomitando de vez em quando, sem causa aparente. Pode ser que às vezes ele tussa depois de regurgitar, como se o leite tivesse entrado pelo "buraco errado". 

Isso tudo é normal e esperado em crianças de até1 ano, por isso, se seu filho não tiver nenhum outro sintoma, não há com o que se preocupar. 

Só mantenha uma fraldinha ou paninho de boca sempre à mão para emergências, e não se esqueça de colocar uma blusa extra para você na sacola do bebê, para o caso de um "acidente". 

Tanto bebês que mamam no peito quanto bebês que tomam fórmula podem regurgitar ou ter refluxo. 

Algumas crianças, no entanto, regurgitam em grande quantidade, chegando a afetar seu ganho de peso, causando dores de garganta e até problemas respiratórios, o que já indica um quadro bem mais sério de 
refluxo. 

Preciso falar com o médico? 

É sempre bom comentar com o pediatra o que está acontencendo com o bebê, mas é preciso mais urgência na atenção às regurgitações se: 

  • seu bebê parecer não estar ganhando peso
  • o bebê chorar muito sempre depois de mamar
  • ele estiver vomitando com muita frequência
  • ele começar a ter muita tosse
  • ele ficar irritado, curvando-se para trás, depois de mamar

O diagnóstico do refluxo pode ser apenas clínico, ou seja, baseado no exame físico do bebê e na descrição dos sintomas. Existem outros exames para investigar o refluxo, como um raio-X do sistema digestivo (o bebê precisa tomar um contraste). 
Você pode tentar em casa algumas medidas simples para ver se o problema melhora, como manter o bebê em posição ereta por 20 minutos depois de cada mamada e elevar um pouco a cabeceira do berço. 
Outra estratégia é aumentar a frequência das mamadas para diminuir a quantidade de leite em cada uma delas -- às vezes os bebês mamam demais de uma vez só, o que acaba provocando vômitos. 
Alguns médicos sugerem ainda que a mãe elimine o leite de vaca de sua própria alimentação, porque os sintomas de refluxo podem ser causados por intolerância a certas proteínas presentes no leite de vaca, que passam para o leite materno. O mesmo se aplica a bebês que tomam fórmula. 

Qual é a causa do refluxo? 

Bebês podem ter refluxo porque uma válvula que conecta o esôfago ao estômago, chamada esfíncter, está enfraquecida ou ainda não funcionando direito, permitindo que alimentos e sucos gástricos voltem do estômago em direção à boca. 
Lembra dos seus tempos de grávida? O aumento do útero pressionava esta mesma válvula, a sua, levando àqueles episódios de azia. 
Cerca de 50 por cento de todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em uma pequena porcentagem ele se torna um problema sério. Aos 10 meses, somente cerca de 5 por cento dos bebês ainda sofre com o refluxo. 

Existe algum tratamento médico para o refluxo? 

Nos casos mais graves, o pediatra pode receitar antiácidos, medicamentos anti-refluxo, produtos para engrossar um pouco o leite ou fórmulas anti-refluxo já prontas. Só use esse tipo de tratamento sob a orientação do médico. Talvez o pediatra prefira encaminhar o bebê para um gastroenterologista, que possa prescrever outros tipos de medicamentos. 
Crianças só são tratadas quando o refluxo realmente atrapalha a vida delas. Existem bebês que simplesmente regurgitam mais que os outros, mas não têm nenhum outro desconforto e se desenvolvem normalmente. Nesse caso, o tratamento não é necessário. 

O refluxo é grave? 

É importante acompanhar atentamente o ganho de peso de bebês com refluxo. Alguns bebês não engordam o suficiente porque não conseguem manter muito leite no estômago, e outros acabam perdendo o apetite por causa do desconforto causado pelo ácido. 
Existe também o risco de desenvolver esofagite, uma inflamação da mucosa do esôfago, que pode ser persistente e provocar problemas mais sérios no futuro. 
Se a regurgitação ou o vômito entrarem no sistema respiratório, o bebê pode adquirir problemas como pneumonia, tosse persistente à noite, sinusite (em crianças maiores) ou otite, por isso é bom ficar de olho em sinais dessas doenças. O ácido estomacal também pode prejudicar o esmalte dos dentes da criança. 
Em casos raros, o conteúdo gástrico não chega a sair na forma de regurgitação, mas fica entrando nas vias respiratórias, causando problemas. Por esse motivo, no caso de infecções respiratórias recorrentes ou tosse, a possibilidade de refluxo deve ser levada em conta. 
Mais que tudo, o refluxo pode dificultar muito a vida da família toda, pois os pais não conseguem aliviar o desconforto da criança, além de terem de lidar com o estresse de alimentá-la e mantê-la limpa. O consolo é lembrar que o refluxo vai embora sozinho, e um dia a choradeira, o cheiro de azedo e as constantes fraldinhas sujas serão só uma lembrança distante no seu passado. 

Em caso de refluxo ou resfriado no bebê, o colchão anti-refluxo adianta?

A posição elevada é sempre bem-vinda nos bebês, não só em casos de refluxo ou de resfriados acompanhados da incômoda obstrução nasal. 
Você pode sim usar o colchão anti-refluxo ou até a cadeirinha do carro, que mantém o bebê em até 45 graus de elevação. Mas é muito importante não utilizar travesseiros, devido ao risco de o bebê afundar a face em uma superfície fofa demais. 
Lembre-se de que travesseiros em geral não são recomendados ou necessários para bebês menores de 1 ano de idade. E o colchão deve ser firme, com apenas um lençol por cima, já que colchões e superfícies moles demais não são adequados para o sono do bebê. 

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