A alta do tomate,
ingrediente para molho de massas e saladas, assustou muita gente no
país. Mas há quem consiga fazer brincadeira com a situação. Piadinhas
sobre o assunto, comparando o tomate a ouro e diamantes, tomaram conta
de redes sociais.
Vejam algumas bem criativas.
Fora as brincadeiras, toda essa polêmica tem motivos.
O valor do quilo do tomate, que em Goiás
teve aumento de até 150%, segundo informações da Federação de
Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), traz preocupação não
só para os consumidores, mas também para os proprietários de
restaurantes da capital. Nos supermercados, o preço do quilo da fruta
está 34% mais caro. As tabelas de valor, que antes indicavam R$ 4,99,
agora informam o valor de R$ 6,69. No entanto, o preço é ainda mais caro
na Central de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa). A caixa do
tomate de mesa com 22 quilos, que custava R$ 40, agora está sendo
negociada acima de R$ 100.
O proprietário de um restaurante
especializado em comida mexicana do Setor Bueno, Fernando de Oliveira
Jorge, disse que se o valor do tomate continuar subindo o preço dos
pratos que são servidos poderá ser alterado. “Isso vai depender do
mercado. Por enquanto vamos tentar substituir o ingrediente”, declarou. O
empresário disse ainda que tenta achar a melhor opção para não
acarretar uma diferença grande para o consumidor.
Já a dona de um restaurante tradicional
da região central, Emiliana Maria Silva, considerou o aumento um
“escândalo.” Ela disse que optou por evitar o tomate nos pratos. “Aqui
servimos panelinhas que são acompanhadas com tomate e outras opções com
vinagrete. Vou analisar amanhã (hoje) se vou alterar ou não os preços do
cardápio”, contou. Silvio Monteiro Andrade também atua no ramo
alimentício e constatou que não foi apenas o tomate que sofreu aumento.
“Até a batata, cebola e alface nunca estiveram tão caras”, reclamou. Ele
também não sabe se haverá necessidade de inflacionar os preços, mas
disse que, se isso acontecer, vai perder clientes.
No supermercado, a preocupação é a
mesma. A diarista Maria das Graças Araújo, 48 anos, ficou assustada com o
valor do tomate. “Estou comprando só alguns porque estou sem nada em
casa. Mas logo meu irmão vai chegar e trazer os tomates de sua lavoura.”
A diarista relatou que seu irmão, que é produtor de tomate, está
animado. “Ele não imaginou que o preço iria subir tanto. Isso acontece,
pois houve muitas pragas nas lavouras do Estado”, acredita.
No entanto, de acordo com a Faeg alguns
fatores favorecem a escalada do preço do produto, mesmo em Goiás, o
maior produtor do fruto. Inicialmente, houve uma redução na área
plantada com esta cultura. Mesmo não tendo ainda dados oficiais,
estima-se uma redução de 16% na área plantada com tomate no Brasil. O
desestimulo foi o principal motivo para a redução. No ano passado, a
caixa de 22 kg do tomate chegou a ser negociada entre R$ 5 e R$ 10 para o
produtor, a média normal de preço da caixa é de R$ 40.
Segundo a federação, o tomate é uma
cultura que, diferente de outras lavouras, possui condições climáticas
para ser cultivado o ano todo em Goiás. Porém, é uma cultura muito
sensível à elevada umidade, o que reduz drasticamente a produção. Por
isso, é esperada, normalmente, uma variação da produção no decorrer do
ano, quando, no período seco, a oferta de tomate é maior do que no
período chuvoso.
É normal que no início e no fim de cada
ano haja uma elevação nos preços do tomate em praticamente todas as
regiões produtoras. Porém, a Faeg acredita que, com o fim do período
chuvoso, a produção volte a ganhar força e pode haver redução, porém
dificilmente os preços possam voltar aos patamares normais em um curto
período de tempo.
A alta no preço do fruto também provocou
uma série de críticas e charges nas redes sociais. Internautas chegaram
a comparar o valor do tomate ao de uma joia. Outros afirmaram que
apenas os ricos conseguiriam consumir o produto. Houve até mesmo quem
avaliou que seria necessário utilizar o cartão de crédito e fazer as
compras no crediário.
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